A utilização de redes neutras para compartilhamento de infraestrutura não é uma iniciativa apenas das grandes operadoras. Segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), as Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs) também estão seguindo por esse caminho para alcançar clientes em diversos pontos do país.
A entidade aponta que o compartilhamento de infraestrutura não é algo novo no mercado e que a novidade com a rede neutra é o compartilhamento do segmento de rede que chega até o usuário, o que otimiza os investimentos e aumenta a concorrência de banda larga no Brasil, já que os fornecedores de internet podem alugar a capacidade dessa rede e cobrir cidades inteiras sem a necessidade de investir com rede própria.
Rede neutra no DF
Um exemplo apontado pela entidade é o da MCD Telecom. “Nós já estamos fazendo esse serviço tem dois anos. Foi em Águas Lindas de Goiás que adquiri uma operação em FTTH e conquistei muitos clientes que migraram para a fibra através da minha rede para oferecerem internet com melhor qualidade”, aponta Wesley Gonçalves, sócio administrador da MCD Telecom.
A região, na qual a empresa se instalou, possuía apenas rede em rádio. Neste contexto, os provedores regionais passaram a utilizar a fibra da MCD Telecom sem precisar investir para ter a própria rede. Hoje, o negócio está presente em Brazlândia, Riacho Fundo II, Santa Maria e Paranoá, todas cidades do Distrito Federal, além de Luziânia, em Goiás, sendo 22 PPPs como clientes e mais de 6 mil usuários finais.
O consumidor final geralmente não sabe que está conectado em uma rede neutra, pois o serviço é transparente, inclusive o atendimento, instalação e suporte técnico são feitos pelo provedor contratado. “A única coisa que fazemos é disponibilizar o uso da rede e cobrar as exigências da Anatel, como link dedicado, equipamentos homologados, licença de SCM e que os técnicos que vão trabalhar estejam com os devidos equipamentos de segurança”, explica Wesley.
Através das redes neutras também é possível oferecer serviços de televisão. Segundo Wesley, oferecer uma boa transmissão de TV é um problema quando se trata de condomínios, já que há dificuldade para a passagem de cabos de antena. “Colocando a televisão via IP, junto com o serviço de internet, facilita muito para os parceiros que vão atender o cliente final, já que podem oferecer um pacote de serviços mais completo”, finaliza.